quarta-feira, 13 de julho de 2011

A ABORDAGEM


Para a “abordagem” nos colocamos, cada um, em um dos pontos de um cruzamento no centro da cidade – Marechal Floriano com Marechal Deodoro.

Vestidos de vermelho, portando envelopes vermelhos (dentro de cada envelope contendo havia um pedaço de tecido de algodão cru com uma das frases: A confiança Comove , A Confiança Persiste, A confiança Existe).

Definimos que a ação “abordagem” começa com uma aproximação física permitida a partir de um contato visual que seja percebido como um jogo de empatia mútua entre o performer e o passante. Este contato instaura as condições para o desenvolvimento do texto pré-estabelecido – isso é um pouco abstrato, mas é assim que é!

O tempo do sinaleiro delimita o tempo dos encontros.

O texto:

Posso confiar em você?

(?)

Por favor, entregue este (envelope, presente) a quem você confia.

Perguntas que nos movem neste momento

Como criar um espaço em que a confiança seja uma ação promovida e compartilhada através da arte?

Como se aproximar do Outro e propor uma ação que é um jogo narrativo?

Como criar espaços de contato e relação com o Outro?


Como dialogar com o fluxo, com o tempo e o espaço, em cada uma das experiências?

Como se estabelece o narrador (no trânsito das ruas e nas narrativas ambulantes)?

Como a palavra pode tornar-se corpo no espaço aberto?

Como a dramaturgia pode dialogar com o tempor restrito de um sinaleiro.

Como se fazer ouvir?

Como o treino permite que o corpo seja atualizado constantemente e mantenha-se em estado cênico no espaço aberto?

Compor com o espaço físico? Dinâmicas de movimento e Qualidade da escuta.

Proposta para a próxima experiência (inicialmente chamada de Travessia)

Compartilhar a provocação que os colegas Argonautas/ SP propuseram para suas pesquisas e utilizar também nós um “objeto precioso” como objeto-confiança na Travessia.

Acionar a cor vermelha: em nossos corpos e dos passantes para criar uma paisagem comum como desenho visual de uma narrativa no espaço?

Alguns relatos da experiência “abordagem”

Uma senhora de 80 anos se recusou a receber o envelope alegando que não ficaria com esta reponsabilidade pois, com a idade que tinha não confiava mais em ninguém.

Uma outra senhora disse, não sem antes titubear, que sim, eu podia confiar. Por fim, assegurou que já sabia a quem entregar o envelope – uma amiga querida que iria encontrar em seguida

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