São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 2011 |
A arte de pernoitar bem longe de sua casa Por PENELOPE GREEN Kenya Robinson é uma artista autodidata de 33 anos cujo trabalho combina estereótipos de gênero e raça em peças que envolvem coisas como pentes de plástico derretidos, cabelo louro sintético e revistas femininas. Em janeiro, ela decidiu se tornar nômade por algum tempo e chamar isso de arte. Durante três semanas, Robinson se ofereceu como hóspede (incluindo dez horas de trabalho doméstico, mas a anfitriã devia fornecer pasta de dentes) para qualquer pessoa que a aceitasse. Sua proposta foi enviada por e-mail para colegas do mundo da arte, que a transmitiram a outras pessoas. Ela chamou o projeto de "O Colchão Inflável", mas, na décima semana, seu colchão havia desinflado, uma baixa nessa combinação de "surfe de sofá", estética relacional e performance artística. Mas Robinson não desanimou. Robinson sabe que os melhores hóspedes combinam talento para conversa com uma bossa para flexibilidade doméstica e extrema discrição. Para Simone Leigh (primeira semana, pasta de dente Trader Joe de hortelã), uma escultora, ela ajudou a artista em seu ateliê. Para Bettina Goolsby (terceira semana, Colgate Triple Action), uma atriz, Robinson serviu de agenda pessoal e desobstruiu o espaço. Para Legacy Russell (quinta semana, Colgate Whitening), curadora e diretora do ateliê da Bruce High Quality Foundation, o coletivo de artes brincalhão que gosta de zombar do mundo artístico, ela lavou pratos. "No início, eu pensei que ela estivesse surfando sofás", disse Russell. "Os artistas estão sempre em transição." Russell divide seu apartamento de dois quartos com sua namorada, uma advogada. Para explicar a excursão de Robinson por Nova York, Russell coloca seu chapéu de curadora: "Ela está assumindo uma forma social -o surfe de sofá- que faz parte do tecido material da vida moderna e, depois, a coloca na esfera pública. Qual é a sensação? Para ser honesta, foi como ter uma amiga íntima ficando em casa. Além disso, ela foi organizada. Senti sua falta quando ela partiu." Robinson, que já trabalhou como estilista de moda e fabricante de moldes, disse que sua performance começou a penetrar em seu trabalho quando ela começou a brincar, por exemplo, com trechos extraídos de romances baratos que ela comprou na Rua 125. "Eu gosto do fato de ela envolver outros artistas em seus projetos", disse Rashida Bumbray, curadora associada da Kitchen, que visitou Robinson durante sua semana no apartamento de Leigh. "Também me lembra as práticas prolongadas que costumavam acontecer nas décadas de 1970, 80 e 90." Russell descreveu o projeto de Robinson como um "retrato voyeurista de sete dias na vida dos outros". No início de abril, Robinson soube que foi aceita no programa de mestrado em escultura da Universidade Yale. Ela está procurando um lugar para ficar. |
Agora dormir fora de casa é arte? Gente, vcs me explicam isso? Eu fiz um curso de teatro há muitos anos, mas parece que as coisas mudaram muito...Tô cum medo de sair na rua e vcs serem qq pessoa, o cara que vende ouro, pode não ser um vendedor, mas um ator! O zelador pode ser um de vcs! Ai, que mundo é esse???
ResponderExcluir